sexta-feira, 18 de julho de 2008

Tomates pelados

Relato de um homem que depilou os tintins

Estava eu a ver TV numa tarde de domingo, naquele horário em que não se pode
inventar nada para fazer, pois no outro dia é segunda-feira, quando a minha
esposa se deitou ao meu lado e começou a brincar com minhas 'partes'.
Após alguns minutos ela teve a seguinte ideia:
- Por que é que não me deixas depilar os teus 'ovinhos', pois assim eu poderia
fazer 'outras coisas' com eles.
Aquela frase foi igual a um sino na minha cabeça. Por alguns segundos imaginei o
que seriam 'outras coisas'. Respondi que não, que doeria coisa e tal, mas ela
veio com argumentos sobre as novas técnicas de depilação e eu a imaginar as
'outras coisas', não tive argumentos para negar e concordei.
Ela pediu-me que me pusesse nu enquanto ia buscar os equipamentos necessários
para tal feito. Fiquei a ver TV, porém a minha imaginação vagueava pelas novas
sensações que sentiria e só despertei quando ouvi o beep do microondas.
Ela voltou ao quarto com um pote de cera, uma espátula e alguns pedaços de
plástico. Achei estranhos aqueles equipamentos, mas ela estava com um ar de
'dona da situação' que deixaria qualquer médico urologista sentir-se um
principiante.
Fiquei tranquilo e autorizei o restante processo. Pediu-me para que eu ficasse
numa posição de quase-frango-assado e libertasse o aceso à zona do tomatal.
Pegou nos meus ovinhos como quem pega em duas bolinhas de porcelana e começou a
espalhar a cera morna. Achei aquela sensação maravilhosa! O Sr. 'tolas' já
estava todo 'pimpão' como quem diz: 'Sou o próximo da fila!'
Pelo início, imaginei quais seriam as 'outras coisas' que aí viriam. Após
estarem completamente besuntados de cera, ela embrulhou-os no plástico com
tanto cuidado que eu achei que ia levá-los de viagem. Tentei imaginar onde é
que ela teria aprendido essa técnica de prazer: Na Tailândia, na China ou pela
Internet?
Porém, alguns segundos depois ela esticou o 'saquinho' para um lado e deu um
puxão repentino. Todas as novas sensações foram trocadas por um sonoro ' A
PUUUUTA QUEEEE TE PARIUUUUUUU', quase gritado letra por letra.
Olhei para o plástico para ver se a pele do meu tin-tin não tinha vindo
agarrada. Ela disse-me que ainda restavam alguns pelinhos, e que precisava
repetir o processo. Respondi prontamente: Se depender de mim eles vão ficar aí
para a eternidade!
Segurei o Sr. Esquerdo e o Sr. Direito nas minhas respectivas mãos, como quem
segura os últimos ovos da mais bela ave amazónica em extinção, e fui para a
banheira. Sentia o coração bater nas 'pendurezas'.
Abri o chuveiro e foi a primeira vez na minha vida que molhei a salada antes de
molhar a cabeça. Passei alguns minutos deixando a água gelada escorrer pelo meu
corpo. Saí do banho, mas nestes momentos de dor qualquer homem se torna num
bebezinho: faz merda atrás de merda. Peguei no meu gel pós barba com camomila
'que acalma a pele', besuntei as mãos e passei nos 'tomates'.
Foi como se tivesse passado molho de piri-piri. Sentei-me no bidé na posição de
'lavagem checa' e deixei a água acalmar os ditos. Peguei na toalha de rosto e
abanei os 'ditos' como quem abana um pugilista após o 10° round.
Olhei para meu 'júnior', coitado, tão alegrezinho uns minutos atrás, e agora
estava tão pequeno que mais parecia o irmão gémeo de meu umbigo.
Nesse momento a minha esposa bate à porta da casa de banho e perguntou-me se eu
estava bem. Aquela voz antes tão aveludada e sedutora ficou igual a uma gralha.
Saí da casa de banho e voltei para o quarto. Ela argumentava que os pentelhos
tinham saído pelas raízes, que demorariam a voltar a crescer. Pela espessura da
pele do meu tin-tin, aqui não vai nascer nem sequer uma penugem, disse-lhe.
Ela pediu-me para ver como estavam. Eu disse-lhe para olhar mas com meio metro
de intervalo e sem tocar em nada, acrescentando que se lhe der para rir ainda
vai levar PORRADA!!
Vesti a t-shirt e fui dormir, sem cuecas. Naquele momento sexo para mim nem para
perpetuar a espécie humana.
No outro dia de manhã, arranjei-me para ir trabalhar. Os 'ovos' estavam mais
calmos, porém mais vermelhos que tomates maduros. Foi estranho sentir o vento
bater em lugares nunca d'antes soprados.
Tentei vestir as boxers, mas nada feito. Procurei algumas mais macias e nada.
Vesti as calças mais largas que tenho e fui trabalhar sem nada por baixo.
Entrei na minha secção com uma andar igual ao de um cowboy cagado. Disse bom dia
a todos, mas sem os olhar nos olhos, e passei o dia inteiro trabalhando de pé,
com receio de encostar os tomates maduros em qualquer superfície.


Resultado, certas coisas só devem ser feitas pelas mulheres. Não adianta nada
tentar misturar os universos masculino e feminino.

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